Como em tudo na vida, há animais bons e maus. Mas acima de tudo, há donos bons, maus e os que nunca deveriam ter um animal.
Tendo ido esporadicamente à clinica esta semana que passou, vi de tudo. O dono com boa vontade mas sem conhecimentos de como tratar um animal, o dono desleixado mas com boa intenção, o dono exagerado, o dono impecável, o dono com azar, o dono sem dinheiro para ter um animal e, o que mais me afectou e a quem trabalha lá, o dono que nem deveria ter um animal.
Este último caso tratou-se de um grupo de raparigas (3, julgo q 2 irmãs) que tinha um huski bebé. Até aqui é tudo muito giro, cachorro brincalhão... é tudo mt simples e n dá mt trabalho.
Ora as raparigas, que me parecem extremamente inteligentes (ironia) decidiram andar com um cachorro na rua sem trela. É claro que o cão foi atropelado, e esfacelou duas das patas, ficando sem pele e carne em grande parte das mesmas.
A clinica ao que parece operou o cão e fê-lo de graça (talvez pq sabiam que nunca iriam ver o dinheiro). Até aqui... até nem me chateava muito. O pior é quando lhe disseram para fazer os pensos da pata dia sim dia não, pelo menos inicialmente. Por isso, elas decidiram aparecer com o cão na clinica semanalmente....
O penso do cão cheirava a podre, devido à acumulação de exsudados e bactérias da ferida, que, com o penso sujo, proliferavam num ambiente óptimo para elas.
Ao ver as patas do cão em carne viva, infectadas e obviamente dolorosas, tentei dizer calmamente à rapariga que não podia ser assim, que o cheiro e aspecto, obviamente, n eram normais. A rapariga não me pareceu muito convencida.
Ao que parece queria arrancar o máximo de dinheiro ao pobre do condutor, condutor esse q não tem culpa uma vez que o cão deveria andar de trela. As raparigas pareciam convencidas que o seguro (suponho do senhor) lhes ia pagar os gastos com o cão (pobres iludidas) e tentaram que a clinica lhes passasse o recibo da cirurgia que não pagaram, uma vez que, segundo elas, podia ser q o seguro pagasse à clinica a operação. Sairam de lá desiludidas.
Durante o penso, um das raparigas refere que mesmo pondo um saco de plástico os pensos se molham qd lhe dão banho. Nisto eu digo de imediato que ele não deveria tomar banho devido ao penso e ao facto de ser cachorro. Resposta da rapariga? Ah, afinal n dão banho... só passam toalhetes... hum hum pois.. tá-se mesmo a ver!
E claro, veio a inevitável conversa: ou elas começavam a ter mais cuidado com os tratamentos do cão ou mais valia abatê-lo. O facto de animal estar cheio de dores, com temperatura e infecção nas 2 patas não pareceu comovê-las.
Nem o facto de ele lhes morder para não o agarrarem, mas durante o penso (nesta fase já colado) nem sequer me abriu a boca.... nem quero imaginar o porquê da reacção do cão em casa.
O pior de tudo... é q tenho qs a certeza que não vão levar o cão para fazer o penso dia sim dia não... e o pobre cachorro vai piorar, assim como as suas dores.
E não podemos fazer nada....
E nem sempre é fácil esquecer os animais q conhecemos. Nem sempre...