domingo, abril 29, 2007

Nova aquisição

Pois bem.... ainda tou viva. A semana passada foi semana de exames que irão vir amanhã todos normais (até aposto).

De qualquer modo, temos uma nova aquisição, uma menina, cá em casa.

No sábado o dono desta menina não quis fazer uma cesariana, pq havia 50% de probabilidade dela não resistir. Não conseguimos simplesmente abater a canita e com a autorização do dono arriscámos uma cesariana.

Tiraram-se 2 fetos mortos e a menina ganhou um passaporte cá para casa. Não foi fácil trazê-la às 22h, em plena escuridão pq pesa 40 kg e não é particularmente colaborante.

O pequeno problema é que descobrimos, só depois da cirurgia claro, que a menina tem atresia anal, ou seja, ausência de ânus. Parece que atraio casos destes pq O Caso do meu relatório de estágio é precisamente atresia anal. A boa noticia é que à semelhança do primeiro caso, ela possui uma fístula rectovulvar que lhe permitiu sobreviver até aos dias de hoje.

Até aqui tudo certo né?

Trabalhando numa clínica de pequenos animais estão à espera que diga que é uma gata ou uma cadela certo?

HAHA enganam-se! É uma porca vietnamita :)

Tou a pensar em chamar-lhe Balofa (cá em casa começa tudo por B)

Por falar nisso... tá na altura de espetar um antibioticozito naquele presunto jeitoso!

quarta-feira, abril 25, 2007

Tou "dentinha"

Tou doente há uma semana e já começo a ficar farta. Depois de uma enxaqueca de 12 horas que me baralhou a visão, me fez virar o barco nunca mais fui a mesma.... Tou decididamente a avariar. Tanto que hj nem fui visitar a sis....

Não está fácil...

De qq modo o trabalho continua e esta terça passei uma tarde particularmente complicada. Tive azar que as estagiárias de enfermagem estão no laró na queima e uma auxilixar saiu mais cedo, então moi, para além das consultas tb teve de andar a fazer tudo...

É sempre divertido ver um cantor bastante conhecido contorcer-se com a visão de carraças (as gatas dele estavam minadas) enquanto eu as tirava com expressões como "yuh que nojo, são nojentas" e por aí além.

Como a tarde estava calma (not! meio mundo decidiu lembrar-se que hj era feriado e apareceram todas com os pets para consultas) e para além de n conseguir lanchar nem sentei o rabo um segundinho, aparece-me às 21h um par de jarras....

Ora, às 21h já não há mta pachorra, e as minhas jarras não paravam de mandar vir uma com a outra, não conseguia explicar nada sem ser interrompida, enfim... até dava vontade de as abanar. Como se isso por si só não chegasse, falta a situação insólita e nunca antes descrita:

As senhoras jarra deslocaram-se à clinica com 3 gatas que se apresentavam com coriza. Uma estava em mt mau estado e em decúbito lateral. Pu-la a soro, mediquei e confesso que pensei "a parte mais chata da consulta já está, agora só falta o antibiótico às outras duas q estão catitas". HAHA.... lá piquei uma.... vou a tirar a última da caixa de transporte quando a jarra mãe me diz que a gata está prenhíssima..........

.................................

Hmm qual não é o meu espanto qd tiro a gata e vem um gato pendurado pelo cordão umbilical junto?...

Ah pois!!! tinha um parto a decorrer.... O que deve ser inédito.......suponho.....

Enfim... a gata lá pariu mais um no consultório e e acabei a consulta. MAAAAS as donas queriam ficar na clinica até às 22h30m à espera de boleia (fechamos oficialmente às 20h30m) mas lá se despacharam.

Sei que cheguei a casa depois das 23h, com fome e dores nas costas como n me lembrava ter há mt tempo....

Raio de dia

sábado, abril 21, 2007

Lembro-me bem do seu olhar.
Ele atravessa ainda a minha alma,
Como um risco de fogo na noite.
Lembro-me bem do seu olhar. O resto…
Sim o resto parece-se apenas com a vida.

Ontem, passei nas ruas como qualquer pessoa.
Olhei para as montras despreocupadamente
E não encontrei amigos com quem falar.
De repente vi que estava triste, mortalmente triste,
Tão triste que me pareceu que me seria impossível
Viver amanha, não porque morresse ou me matasse,
Mas porque seria impossível viver amanhã e mais nada.

Fumo, sonho, recostado na poltrona.
Dói-me viver como a uma posição incómoda.
Deve haver ilhas lá para o sul das coisas
Onde sofrer seja uma coisa mais suave.
Onde viver custe menos ao pensamento,
E onde a gente possa fechar os olhos e adormecer ao sol
E acordar sem ter que pensar em responsabilidades sociais
Nem no dia do mês ou da semana que é hoje.

Abrigo no peito, como a um inimigo que temo ofender,
Um coração exageradamente espontâneo
Que sente tudo o que eu sonho como se fosse real,
Que bate com o pé a melodia das canções que o meu pensamento canta,
Canções tristes, como as ruas estreitas quando chove.

Álvaro de Campos

segunda-feira, abril 16, 2007

A viagem














É claro que há mais... mas não dava para colocar todas... A minha favorita é a última. AH! nenhuma delas foi trabalhada :)

Relatório II

Pois muito bem...

O relatório foi entregue na sexta feira, após uma vez mais uma sessão de nervos e vontade de esganar a minha tutora que andava mais entretida a passear um austriaco pela faculdade do que ajudar a moizinha....

Enfim... tá entregue.

Agora é esperar que seja submetido a uma avaliação para ver se está apto (ou seja, se é bom o suficiente) para ir a defesa. A defesa do relatório irá então ser marcada no espaço de 2 meses.

Na dita defesa tenho de apresentar a estatistica e um dos casos que desenvolvi no meu relatório. De seguida os 4 membros do júri terão cada um 15 minutos para me cilindrar o melhor que puderem e souberem.... Em principio só vai ser meia hora de agonia, já que 2 membros do júri são a minha tutora e o meu orientador, pelo que seria de muito mau gosto dizerem mal de mim ou do relatório.

É por estas coisas que quando me olham de lado por fazer um curso numa privada me apetece gritar. Supostamente numa privada tudo é mais fácil. Basicamente nem temos de fazer exames né?....

Pois... só sei que se tivesse estudado numa pública a minha carga horária teria sido menor, não teria começado os estágios no 2º ano, não teria de assistir obrigatoriamente a 70% das aulas teóricas e o meu relatório de estágio consistiria numa mera análise estatistica, que após entregue era avaliado numa semana e Tchaaaam... estaria formada.... nada de defesas ou relatórios de 80 págs......

É... na privada é tudo bem mais fácil.......

terça-feira, abril 10, 2007

?

À minha volta vêem coisas em mim que não possuo.....

não vêem coisas que sei possuir....

Será que alguém me conhece de verdade?

....

segunda-feira, abril 02, 2007

Misto

Misto... é assim que se chama o post, pq é isso que sinto.. um misto de sentimentos, preocupações....

Parei.... e sempre que páro vejo que é um erro. É complicado gerir os meus estados de espírito. Se por um lado a clinica a tempo inteiro me esgota quase toda a energia que tenho, me consome ao ponto de qualquer coisa me fazer desabar, essa ausência de energia permite-me não pensar muito.

Quando páro, penso. E entro no meu estado de descrença, de derrota que tão bem conheço e me caracteriza.

O relatório está num impasse graças à minha tutora que não ata nem desata. O limite de entrega é depois de amanhã e continuo à espera de correções e sei que ainda quer fazer mais. Não sei o que fazer mais para acelerar o processo....

Passou-se uma semana a trabalhar todos os dias, de manhã à noite. Uma vez mais os medos confirmam-se.

De entre os meus muitos defeitos, tenho um que me preocupa e magoa particularmente: o ter medo ou relutância de fazer algo que não saiba à partida fazer.

É claro que isso se reflecte na clínica. Sou feliz da vida a fazer vacinações da treta, a castrar, mas quando chega a altura de me aventurar em consultas não sou capaz de ter o espirito "vamos ver se eu consigo perceber ou não". Não gosto de me aventurar e sinto que os proprietários não têm de tolerar incertezas e por isso retraio-me. Não me ofereço, não tomo iniciativa, não refilo quando apenas há vacinas o dia todo como o outro estagiário.

Surge uma proposta de venda de uma clinica. É óbvio para mim que não a quero comprar agora, não tão cedo e com tantas incertezas. No entanto nem sempre o que é claro para mim é para os outros e no meio da ausência de energia começa a surgir a pressão, as conversas que não se quer ter....não agora.

O cansaço arrasta-se, mas faz-se um ar de indiferente e segue-se em frente. Deixa-se andar.... vai-se sempre andando...