Dei por mim, num desses adormecer cheio de pensamentos, a pensar em algo que disseram cá: "Gosto mais desta tua fase. Mas claro a lua continua a ser ela mesma independentemente da fase em que está..."
Sempre soube que tinha 2 lados. Axo que acabo por repartir o meu tempo entre eles. Um estado de dor e descrença com um lado neutro a bom, onde sou capaz de sorrir e rir com vontade. Acabo por não saber o que me faz passar de um para outro... são coisas pequenas que inicialmente me poderão parecer insignificantes, não importantes.
Confesso que nunca tive aquele momento em que uma pessoa pensa: Isto é perfeito, não poderia pedir mais neste preciso momento. Tenho coisas que me dão um gosto imenso como conduzir no meio do pinhal, pela sombra das árvores, num dia de sol, com o cheiro a eucalipto a entrar pelo carro. Muito gozo mesmo...mas nunca aquele momento de felicidade pura.
Tenho uma teoria. Todos temos uma máscara. É ela que nos protege mas tb esconde. É ela que mascara a verdadeira essência do nosso ser. Mostra-se nem que seja naquele pequeno sorriso de conveniência,no sorrir quando morremos por dentro, no "sim fica-te bem" quando a melhor amiga compra um vestido pavoroso. Tenho orgulho em não ter uma máscara nessas alturas, posso engolir alguns termos mais directos, mas a msg de que não gosto acaba sempre por passar, e é assim que eu axo que deve ser.
Por vezes ralham-me por ser tão sincera, e directa nas coisas que digo, que há maneiras de dizer as coisas. Sei que chego a ser dura.. mas é assim que sou. Dizem-me que a minha opinião me fica mal, mas eu n tenho opiniões para ficarem bem ou mal, se as tenho é pq, bem ou mal, acredito nelas.
Sei que sou teimosa e a minha personalidade, com todos os seus defeitos e penso que algumas virtudes, é assim e pronto. Não há como dar a volta. Orgulho-me de fazer gato e sapato pelos meus amigos, e lamento que apesar de ser capaz de perdoar traições ou mágoas não as saiba esquecer. Mas por vezes axo que faço bem em não as esquecer.
Talvez devesse ser mais superficial e fútil não sei... Dei por mim dentro de um carro da queima com toda a gente eufórica e a adorar... a mim não me disse muito embebedar o pessoal... talvez fosse a bebida que os fizesse sentir assim, não sei...
Julgo que é assim que eu vejo sempre a minha vida: de uma maneira sóbria. Analiso e volto a analisar. E é aqui que me perco, nas análises vãs e dolorosas do que já foi e não volta a ser, do que aconteceu e não devia ser recordado.
Falam-me em mudar. Mudar não é fácil, não sem que algo muito importante nos aconteça, e mesmo aí "mudamos" para algo que sempre fez, de alguma maneira, parte de nós. Não é fácil, e normalmente não é por falta de vontade.
A dissertação vai longa. É melhor parar de pensar tanto:)